Mãos que incendeiam sóis,
Sendo eu de pintar incapaz,
Incapaz e sem jeito, ainda
Assim fazendo incendiar,
Incendeio a pouca paz que
Tendo não tenho, estrangeiro
De pai e mãe, ambos lados
Involuntários sem rendimento,
Aptidão, sol a sol é trabalho,
Mãos que incendeiam sóis,
Só eu só não sei o que sou,
Vitral quebrado incapaz ser
Outro, tanto faz se vivo,
Tanto faz se morto, é igual
Não me faço entender, nem me
Entendo velando meio corpo,
Mãos que incendeiam sóis,
Me desculpem por ser eu
Tão débil e quase tão pouco,
Curto o sol curtíssimo eu
Próprio, que como ele me
Não movo, ao contrário
Da Lua cheia, de que procuro
Fugir mas não fujo, não fujo…
Não fujo, não luto, não luto,
Incapaz de ser, não sei …
Um qualquer outro que não
Eu mesmo.
Jorge Santos (20 outubro 2025)
https://namastibet.wordpress.com
http://namastibetpoems.blogspot.com
https://joel-matos.blogspot.com

1 comentário:
Muito obrigado fico grato por me lerem
Enviar um comentário