Permanece muda, a bonança
Nesta alma e venta contrária,
Do mar, da perdida esperança
Que canta, em conto de sereia...
A viva saudade, do que não sou,
Nem pretender ser, pareço.
Quando se calar tudo, tudo,
(até do temporal o vento),
Num breve e surdo mundo,
(Desconfio que mudo também),
Poderei, (num segundo), gritar,
E em múltiplo, tudo o que aqui sinto.
Pois, se tudo em mim é torrente, rio
E enchente, cataclismo, guerra ou abalo de sismo,
Nem serei vazio de mágoa, nem de orgulho cheio,
(Como Homem)
Receio que permaneça muda,
A esperança.
Jorge Santos (10/2010)
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