Faço meus os versos e males deles todos,
Os mais ateus os sós e os desencantados,
Os Atentos beatos e os de rostos desiguais,
Todos d’essa solidão em riste dita “dos imortais”
Se na garganta o sangue lhes escorre tinto
(se bem não seja tinta a cor do desalento)
Em jorros, do barril, como na infame tasca,
O vinho que derramo no chão de terra rasca
E noja . M’arrojo de borco, rebolo nas abstractas feridas
Como se verdadeiras fossem e veias da minha jugular
Depois refúgio–me (de molusco), na praia das pedras soltas
Da miúda chuva e invento frases mudas sopradas no ar.
Desfaço-me dele -todo meu mal em perversos
Manifestos da respiração e penhoro a decisão no prego,
No coração, na mente e nos arrabaldes do corpo.
Faço da Causa “Emérita” fábula de Esopo y grego.
(depois abastardo-a em desprezíveis versos)
Jorge Santos (2010/10)
http://namastibetpoems.blogspot.com
Sem comentários:
Enviar um comentário