Te aguardo na rua do mau juiz,
Ambos somos filhos de mãe x’trangeira,
Porque não da outra, mais suave que
A primeira e da forma exacta como o mundo,
Te aguardo no jardim da sombra,
Junto com a cidade em peso,
No corredor mais desolado, na Álea
De pedra e gesso, te aguardo,
O nosso desassossego não é vão
Mas absurdo, te aguardo mais
Que tudo, como uma doença
sem cura no jardim das pústulas,
Meu túmulo de louro falso, o génio
Não vende e a lâmpada treme, fede
A nossa vida, é uma bebedeira,
Te aguardo breve abaixo na rua,
Junto com a cidade inteira e o entulho,o lixo…
As sensações eram um erro, um vício,
De nada valem e o parque do mérito
Não tem lado de cá, apenas o que temos
São as áleas de sombras e becos
Sem saída, os nossos medos brigam
Nas visões que vemos, nas quais não
Há anatomias, apenas desassossegos,
Te aguardo no jardim da sombra,
Junto com a cidade sem peso,te
Aguardo na outra campa ao lado
Da minha, na rua do mau juízo
Em causa própria, no talhão debaixo
Do meu túmulo de louro falso,
Te aguardo mais que tudo, como um
Doente sem cura nem peso,
Ambos filhos de mãe x’strangeira,
Porque não da outra, abreviada, inculta,
“Filhos-de-puta” …
Jorge Santos(09/2017)
http://namastibetpoems.blogspot.com
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